Importantes
microrganismos causadores de infecções hospitalares possuem a habilidade inata
de sobreviver em superfícies por longos períodos de tempo.
Estudos
epidemiológicos têm mostrado que os pacientes internados em quartos previamente
ocupados por indivíduos com infecção/colonização por MMDR possuem risco
significativamente maior de adquiri-los a partir das superfícies.
Fonte: Kramer A, Schwebke I, Kamp G. How long do
nosocomial
pathogens persist on inanimate surfaces?
A systematic r eview.
BMC Infect Dis 2006; 6:130.
Evidências apontam
que o processo de limpeza nas instituições de saúde tem sido ineficaz,
uma vez que não atende aos propósitos ao qual se destina, como a redução dos
microrganismos presentes nas superfícies.
Em 2010 o CDC
publicou o Guideline de Avaliação de Limpeza de Ambiente. Segundo este
guideline os serviços de saúde podem ser classificadas em níveis, de acordo com
a avaliação da limpeza que realizam:
·
Nível
1: Quando o treinam o staff para a realização do processo, monitoraram a
limpeza visualmente e estabelecem metas.
·
Nível
2: Quando alcançaram o nível 1 e:
§ Monitoram pelo menos 3 vezes ao
ano o processo de limpeza com outros métodos de avaliação;
§ Estabelecem metas de melhora dos
indicadores de 10 a 20% ao longo da análise.
Segundo o CDC, a
maior parte dos serviços de saúde está no nível 1. Porém, como evidenciado acima
é muito importante a introdução de métodos de avaliação dos serviços de limpeza.
A avaliação pode ser
realizada através de:
·
Observação
direta
·
Realização
de swabs;
·
Culturas
com placas de contato
·
Marcadores
fluorescentes
Em relação aos
marcadores fluorescentes, o que parece ter melhores resultados é o ATP por
bioluminescência, porém com vantagens e desvantagens:
·
Detecta
restos orgânicos viáveis ou não viáveis;
·
Utilizado
na industria alimentícia há mais de 30 anos;
·
Uma
de suas limitações é a alta sensibilidade;
·
Baixa
sensibilidade relativa a alguns patógenos associados a cuidados de saúde
precisa ser esclarecida;
·
Sensibilidade
e especificidade de 57% - margem de erro muito grande para justificar o
monitoramento do processo de limpeza de ambiente hospitalar;
O
papel da limpeza de ambiente, como medida de controle de infecção hospitalar, nos
serviços de saúde, deixou de ser o de coadjuvante para ocupar um posto de destaque.
Cabe aos controladores de infecção perceber a mudança e instituir um processo
de avaliação continuo.
Bibliografia:
1.
Rev.bras.enferm.vol.67
no.6 Brasília Nov/.Dez. 2014 Epub Dec 2014.
2. Carling /
American Journal of Infection Control 41 (2013) S20-S25.
Texto escrito com colaboração de
Lumena Vaz.
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