quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Importância da Limpeza de Ambiente no Controle de Infecções Hospitalares

Importantes microrganismos causadores de infecções hospitalares possuem a habilidade inata de sobreviver em superfícies por longos períodos de tempo.


Estudos epidemiológicos têm mostrado que os pacientes internados em quartos previamente ocupados por indivíduos com infecção/colonização por MMDR possuem risco significativamente maior de adquiri-los a partir das superfícies.




Fonte: Kramer A, Schwebke I, Kamp G. How long do nosocomial
pathogens persist on inanimate surfaces? A systematic r eview. 
BMC Infect Dis 2006; 6:130.

Evidências apontam que o processo de limpeza nas instituições de saúde tem sido ineficaz, uma vez que não atende aos propósitos ao qual se destina, como a redução dos microrganismos presentes nas superfícies.
Em 2010 o CDC publicou o Guideline de Avaliação de Limpeza de Ambiente. Segundo este guideline os serviços de saúde podem ser classificadas em níveis, de acordo com a avaliação da limpeza que realizam:
·           Nível 1: Quando o treinam o staff para a realização do processo, monitoraram a limpeza visualmente e estabelecem metas.
·           Nível 2: Quando alcançaram o nível 1 e:
§  Monitoram pelo menos 3 vezes ao ano o processo de limpeza com outros métodos de avaliação;
§  Estabelecem metas de melhora dos indicadores de 10 a 20%  ao longo da análise.
Segundo o CDC, a maior parte dos serviços de saúde está no nível 1. Porém, como evidenciado acima é muito importante a introdução de métodos de avaliação dos serviços de limpeza.

 
A avaliação pode ser realizada através de:
· Observação direta
· Realização de swabs;
· Culturas com placas de contato
· Marcadores fluorescentes



Em relação aos marcadores fluorescentes, o que parece ter melhores resultados é o ATP por bioluminescência, porém com vantagens e desvantagens:
· Detecta restos orgânicos viáveis ou não viáveis;
· Utilizado na industria alimentícia há mais de 30 anos;
· Uma de suas limitações é a alta sensibilidade;
· Baixa sensibilidade relativa a alguns patógenos associados a cuidados de saúde precisa ser esclarecida;
· Sensibilidade e especificidade de 57% - margem de erro muito grande para justificar o monitoramento do processo de limpeza de ambiente hospitalar;

O papel da limpeza de ambiente, como medida de controle de infecção hospitalar, nos serviços de saúde, deixou de ser o de coadjuvante para ocupar um posto de destaque. Cabe aos controladores de infecção perceber a mudança e instituir um processo de avaliação continuo.

Bibliografia:
1.      Rev.bras.enferm.vol.67 no.6 Brasília Nov/.Dez. 2014 Epub Dec 2014.
2.      Carling / American Journal of Infection Control 41 (2013) S20-S25.

Texto escrito com colaboração de Lumena Vaz.

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